Wednesday, January 24, 2007

Virgem Flora


MANCHESTER, Inglaterra - Esta é a Flora, tem 8 anos e é um dragão do Komodo. 1, 2, 3, vamos todos louvá-la e adorá-la! É a mais recente virgem Maria do século XXI. Ou melhor, virgem Flora; não só pôs ovos fertilizados sem ter tido contacto com um parceiro masculino, como é responsável pela chegada de 5 salvadores na forma de dragões do Komodo. E desta vez temos tudo comprovado com relatórios científicos. Havemos santas da next generation!

Tuesday, January 23, 2007

"Homem da cabine!"

É estranho olhar para trás e perceber a maneira como decidi escolher a profissão que hoje tenho. O primeiro ponto que me fez abraçar a vida docente foi - férias! Muitas, tantas! Enquanto criança, adolescente e jovem, as férias pareciam períodos mínimos de tempo, que fugiam mais depressa que o meu tamanho de sapatos em época de saldos. Nunca tinha tempo para nada, mas era uma alegria. Por analogia, os professores teriam esse mesmo tempo para por em dia o sono. Sim, porque quando eu tinha 14 anos pensava que a vida de professor era chegar à sala, escrever um sumário inventado ena altura, fazer a chamada, escrever no livro de ponto e dizer mal da minha geração. Erro, tão grande é o erro. Facto é que muitos até têm estes comportamentos, por isso é que acho muito bem a posição da nossa actual ministra. Avaliem os professores todos pela mesma medida! Cada um em seu ciclo, obviamente, e que a idade deixe de ser motivo para se subir na carreira. Querem subir trabalhem. - Se eu fosse contar a vida da minha tia Rosinha, acho que depressa ela caía do altíssimo escalão em que está! Mas agora já é tarde. Não a vão avaliar e a senhora vai-se aposentar com uma farta reforma depois de ter passado anos a chorar, e cito, "sempre que um aluno meu não consegue transitar, pobrezinhos". Pobrezinhos são pessoas que não têm o que comer.
Assim chegamos ao ponto que eu quero.
Se somos todos avaliados, eu, que trabalho num colégio particular, também vou ser igualmente avaliado como um professor do ensino estatal? Os critérios são os mesmos? Se forem, não faz sentido! Afinal o nosso tempo de serviço não é reconhecido para efeitos de concurso às escolas do estado.
Não, não estamos a roubar lugares aos professores que trabalham arduamente para arranjar colocação. Apenas - eu e os meus colegas - nos sujeitamos a ter dois patrões - o estado e o director ou reitor - que nos medem os passos, exigem triplamente de nós e no final querem resultados de excelência porque "os país pagam e querem o melhor!".
Feitas as contas, e não sendo este um lugar cómodo para se trabalhar, pois à minima falha somos despedidos, o nosso trabalho não vale nada.
Por vezes sinto que estou a ensinar só por amor à camisola. Porque gosto daquilo que faço e porque dá-me gosto ver a evolução das crianças. Os alunos transitam e o valor do que lhes ensinamos permanece. E o valor do professor que ensina e não tem o merecido crédito de tempo de serviço equivalente ao do estado? Sim, todos nós, professores do particular, ambicionamos um dia dar aulas no estado. Estaria a mentir se não o dissesse.
Não quero mais dinheiro, só o devido valor. Afinal, somos todos professores.

Monday, January 15, 2007

Consumo +18

Dormir é sempre um prazer, principalmente no Inverno. Tudo parece bom com a excepção do despertador que a qualquer momento pode tocar, ou até mesmo o telemóvel.
Dormir é sempre um prazer, a não ser que sejamos tomados de assalto por um pesadelo. E eu, ultimamente, tenho sido perseguido e atormentado por imensos. Não bastava ter alguns terrores nocturnos, que quando analisados são verdadeiras tolices, agora tenho também pesadelos psicóticos, daqueles que já não tinha desde dos 10, 12 anos de idade.
Para já, ver filmes de terror, ver ou ler documentários sobre extraterrestres, tudo depois das 24h é impensável, para bem do meu equilíbrio emocional. Parece ridículo, mas é a mais pura verdade.
Dormir nunca é um prazer depois de um filme de terror. Ou então depois de um jogo que envolva carnificinas em massa, de tirotios e massacres com serras-eléctricas. O problemas é que adoro, e não vivo sem eles. Na altura de dormir é que caio em mim.
Dormir é sempre um prazer para mim. Não o tem sido nos últimos dias.
Pesadelos do género - vou a fugir de um monstro e as minhas pernas ficam com caimbras, ou partem; quero gritar, falar e pedir auxilio e da minha boca não sai nada senão um sopro oco; os corredores sucedem-se e parecem intermináveis - são os que mais me têm atormentado. Não interpreto sonhos, nem gosto muito de saber o que significam. Gosto de pensar que são apenas fruto de inconsciente que absorve tudo o que é mau e polui a minha cabeça impressionável. Hoje fui salvo por um toque de telemóvel que me acordou de um pesadelo que tinha disto tudo, plus Dolby Digital, 3D e efeitos especiais com texturas e tudo!
Ainda bem que já não são pesadelos com brinquedos, como os da altura do Natal.
Hoje tenho bilhetes para a última sessão da Maldição 2. Sou masoquista.

Thursday, January 11, 2007

Três

... foi a conta que deus fez, já dizia a minha santa tia qualquer coisa, uma daquelas que nos apalpa a cara como se estivesse a bater a massa para uma broa.
Odeio o número três e tudo o que ele representa. Para já, é a primeira das tabuadas mais difíceis de ensinar. É a que traz mais dúvidas depois de se ensinar a do dois. Principalmente porque as sementes do diabo pensam que vai ser tudo, e cito "canja", depois da dois. Só quando se chega felizmente à tabuada do cinco é que o mundo se torna mais negro, vêm aí a outras... e o resto dá-se no terceiro ano.
O três é também o meu canal de televisão que nunca se sintoniza. Acho que me esqueci de como é ver a Sic e a coitadinha das coitadinhas Floribella. As saudades que eu tenho de ver uma bela manhã de Fátima Lopes non-stop, ou de devorar umas 7 novelas brasileiras de seguida.
O três é também o número de multas que apanhei para ficar sem carta de condução.
E o três é o número de meses que vou estar sem ela.
Também é o número que surge quando uma relação está a começar a correr menos bem. Mas que para muitos é quando ela começa a correr melhor. Logo há partida é mau porque três não é um número par e as relações, todas elas são, de raiz, em par. Logo dois. Dois é o número perfeito.
É o meu número de tardes livres, a hora em que retorno à sala de aula para mais uma carnificina cognitiva. É também o número da porta da minha sala e dos casos especias que tenho dentro da turma. Numa turma de três dezenas... e lá aparece o três. Gente a mais, e tinha de trazer o três, dez vezes. Como se uma vez não fosse suficiente. Há depois expressões infelizes do género "à terceira é de vez". Salvé rainhas para toda a gente. São coisas de pessoas que têm a mania de que sabem mais do que a Lúcia. Uma das três videntes barra pastorinhos barra santos de Fátima. Não lhe bastava fazer parte fazer parte dum trio, tinha ainda de ser a guardiã dos três segredos conjurados lá no distrito de Leiria ao pé duma azinheira. Outra vez o três... Mas isto têm de ser místico porque o nome da finada senhora também tem três sílabas, tal como o dos seus queridos primos videntes barra pastorinhos barra santos. Vejamos Lú-ci-a, Ja-cin-ta e finalmente Fran-cis-co. Que visão! Agora quem está a ter um momento de clarividência sou eu. O meu nome também tem três sílabas... foi mesmo a conta que se fez lá em cima! Sempre senti que ia ter um papel activo na revolução católica, mas não no bom sentido.
E assim chegamos de novo à tabuada do três, e ao número três.
Socorro encarregados de educação.

Tuesday, January 2, 2007

Daí em diante

Fechado 2006, zombies enterrados, chegou 2007, novo período a começar!
Finalmente há paz pela cidade. A azafama do mês de Dezembro consegue deixar-me com vontade de pedir que os centros comerciais me ponham uma providência cautelar em cima. Ou então, a vontade de fazer uma adenda aos 10 mandamentos: "Não te aprovimarás de grandes superfícies de 1 a 31 de Dezembro." O problema é que toda esta correria acaba por afectar o trânsito, a disposição das pessoas, os stocks entre outras coisas. Tenho saudades de passear durante o dia com as ruas cheias de gente nenhuma. Bem posso mudar-me para uma cidade do interior com densidade populacional comática, mas não. Gosto desta cidade com pouca gente. Ou então de andar na rua sem me tentarem vender drogas - 5 vezes seguidas fazem-me ponderar sobre o meu "look" - será que dou ideia de quem anda à procura de se divertir à custa de uma injecção ou de uma inalação? Para inalações já me bastam as dos meus medicamentos para aquelas doenças que hereditariamente tive a "felicidade" de receber da minha querida unidade progenitora a.k.a. pai e mãe.
Mas estou, novamente, a contornar as minhas regras. Não devo falar mal das pessoas que não conheço, muito menos daquelas que conheço. Todos precisamos de fazer compras, todos gostamos de expressar os nossos sentimentos pelos outros através de compras massivas de presentes. Isso sim, é o significado do Natal. "Se te portares bem recebes uma Barbie Fairytopia Cintilante Queen of Dreams Fantasy Super Mega Mutante!" Se te portares bem? Agora precisamos de subornar para receber afecto dos filhos? Precisamos de assegurar a leveza comportamental dos mais novos? Daqui a pouco, em vez de termos meninos e meninas, temos gente autista que vive em função de estimulo-resposta! Sexy, não?

Thursday, December 28, 2006

Zombie vs. Human

Quando estamos bem aparece sempre algo do nosso passado, que já está mais do que enterrado, para nos moer o cérebro com tentativas desesperadas de reconciliação com o nosso presente. Se está tudo resolvido; enterro feito; luto ultrapassado; porque é que estas sombras nos perseguem? São zombies. Parece que estão a cada esquina à espera do momento certo para atacar. E é isso mesmo que sinto. Um ataque do qual me sei defender devidamente, com as armas e munições que desenvolvi depois de longos períodos recuperação e análise. E o ataque deles vai direitinho ao centro das nossas operações? Cérebro. Alimento preferido dos zombies... ouvi dizer. Ou é o cérebro ou é a carne do nosso corpo. Cérebro e carne. Corpo e mente. Assim me atingiu este zombie. Primeiro atacou-me e amaciou-me psicologicamente, depois foi fisicamente. Claro que as armas servem para alguma coisa. E as minhas são as de dissimulação maciça. Como morto-vivo que é, um zombie já se encontra desprovido de intelecto e bom-senso. Daí que não consiga desistir. Porquê? Porque tem fome. Interprete-se o termo fome de todas as maneiras e sentidos possíveis dentro deste contexto. Pouca sorte.
O passado por mais enterrado volta sempre para nos atacar. Seja o bom seja o mau. E se esse passado assume dimensões físicas semelhantes às de um ser humano. Cuidado. É um zombie... ou a Floribella (a terrível encarnação das novelas da tarde que nunca me deixam os pesadelos em paz).

Tuesday, December 26, 2006

Mundo do Brinquedos II


Fazia todo sentido ter esta imagem aqui depois do meu pesadelo de há duas noites.